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05
abr
10

E agora, lan house?

Com o fim da rede Monkey e a popularização dos PCs, começa uma nova fase para o acesso à internet fora de casa no Brasil

Um ciclo chegou ao fim na quinta-feira passada, quando as portas do estabelecimento localizado no número 1217 da Alameda Santos, em São Paulo, fecharam-se pela última vez. Naquele endereço funcionava a derradeira unidade da Monkey, rede que chegou a ter 63 lojas espalhadas pelo Brasil. O fim da Monkey é o melhor exemplo das transformações que vêm acontecendo na internet brasileira do ponto de vista do usuário e marca uma nova fase para uma instituição que já foi sinônimo de inclusão digital: a lan house.

Segundo o Ibope, houve uma queda no acesso à internet por lan houses ao mesmo tempo em que o número de brasileiros da faixa C e D que consegue comprar computadores e acessar a internet de suas casas aumenta a cada mês.

Por outro lado, cerca de 33 milhões de brasileiros ainda dependem delas para se conectar – 49% dos acessos à internet no Brasil ocorrem através de lan houses.

A decadência do modelo tradicional de lan houses é reflexo de uma mudança econômica no País somada a um barateamento e facilidade na compra de computadores – fatores que juntos estão mudando profundamente a forma do brasileiro se comportar online.

Formigueiro. Dois fatores foram determinantes para o fechamento da última Monkey – um que assola todas as lan houses e o outro uma peculiaridade da loja da Alameda Santos. O primeiro é a mudança de perfil do usuário: de garotos jogando Counter Strike para pessoas querendo usar Messenger e Orkut. “Aqui antes parecia um formigueiro, distribuíamos até senha. Mas agora a garotada joga em casa, só vão para a loja em campeonatos”, explica Leandro Montoya, que foi gerente da Monkey de 2008 até o fechamento na semana passada.

Só que mesmo com essa perda de usuários que passaram a jogar em suas próprias casas, a Monkey seguia lucrativa, garante Montoya. Mas não como em tempos passados. “Como ela fica numa região nobre, muito valorizada, compensava mais vender ou alugar o prédio”, explica.

Thiago Silva, dono da GigaByte, na Vila Borges, zona oeste de São Paulo, também sente na pele a mudança pela qual passa o negócio. Com a diferença de que sua loja fica em um bairro pobre de São Paulo, o que o impede de recorrer a transações imobiliárias. A saída foi criar uma nova fonte de renda: “Viver só de lan house não dá mais. Aqui eu conserto computadores, instalo programas. Tem que ter algo a mais”, diz Thiago.

Exceção ao cenário que vem se apresentando é a GamenetX, em Moema, zona sul da cidade. A loja ainda se mantém como no início: oferecendo conexão veloz e computadores potentes, com foco em usuários de games. O dono da loja Alexandre Gasparini conta que enfrenta os mesmos problemas de outras casa, mas encontrou um nicho. “Os torneios profissionais de Counter Strike têm nos sustentado. Uma empresa pode alugar nosso espaço e organizar tudo. Eles pagam de três a quatro vezes a mais do que nós faturamos em um dia comum”.

O fim de uma era. O modelo de negócios tradicional das lan houses acabou. Quem sentencia é Mario Brandão, presidente da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital, que cita como motivo da decadência a extrema semelhança entre todas as lan houses: “É como uma praça de alimentação que todos os restaurantes servem o mesmo prato”.

Mas ele acredita que as lan houses continuarão muito significativas na vida digital brasileira. Para demonstrar como elas podem coexistir, oferecendo um atrativo, ele nos convida a fazer um passeio: “Na minha lan house (no bairro da Abolição, no Rio de Janeiro), tenho acordo com instituições de ensino a distância, dou curso e tenho parceria com escolas. A 100 metros, tem uma lan house toda escura, um ambiente completo de imersão, que é para o pessoal jogar. Mais 50 metros, você encontra uma só com xerox, troca de cartucho, impressão. Anda um quilômetro para outro lado, tem outra que se especializou em VoIP. Quatro, uma perto da outra, não competem entre si e oferecem algo a mais”.

Com o acesso à internet no Brasil ficando cada vez mais caseiro, Messenger, Orkut, Facebook e Twitter – além dos games – tornam-se serviços completamente integrados ao dia-dia das pessoas, como o celular. Resta às lan houses convencerem o público que podem oferecer algo que as pessoas não encontram no conforto da conexão de suas casas. Bem-vindos à fase dois – será que é a última?

29
set
09

Anatel quer banda larga em metas de universalização

GERUSA MARQUES – Agencia Estado

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está trabalhando para que as novas metas de universalização da telefonia fixa, a serem exigidas das concessionárias, prevejam a continuidade da expansão da rede de suporte à banda larga. A informação é do presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, que participou hoje da abertura de seminário, na Câmara dos Deputados, para discutir a universalização da banda larga para acesso à internet em alta velocidade.

“Para fomentar a universalização do acesso à informação é essencial que um País, com as características do Brasil, esteja dotado de uma infraestrutura adequada à prestação dos serviços de telecomunicações”, afirmou Sardenberg. As novas metas constam do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU), que vem sendo elaborado pela Anatel para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2011.

Hoje, o Brasil dispõe de 18 milhões de acessos à banda larga, mas a previsão da Anatel é de que em 2018 existam cerca de 165 milhões de acessos, seja pela banda larga fixa ou móvel. A expectativa da agência é de que serão necessários R$ 250 bilhões de investimentos, até 2018, para garantir a expansão dos serviços de telecomunicações como um todo, e que a prioridade deverá ser a banda larga.

“O interesse do PGMU é assegurar que haja rede”, afirmou Sardenberg, ressaltando que é necessário criar condições para que a população possa contratar os serviços. Para isso, segundo o presidente da Anatel, seria necessário que as empresas alterassem seus planos de negócios para oferecer a banda larga onde o serviço ainda não está disponível. “A banda larga, de uma maneira geral, dá lucro”, afirmou.

Sardenberg avalia que será necessário modificar a legislação do setor para eliminar algumas amarras. Pela Lei Geral de Telecomunicações (LGT) não é possível exigir metas de universalização de serviços privados, como telefonia celular e banda larga. Só de serviços públicos, como os de telefonia fixa.

O deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), que elabora um estudo sobre o assunto, cobrou do governo a definição de políticas públicas que permitam a expansão dos serviços de internet em alta velocidade. “Precisamos de definição clara de políticas para o setor e essa iniciativa é exclusiva do Executivo”, afirmou.




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