Posts Tagged ‘LULA

20
jan
10

Vês? Ninguém assiste à breguice de tua última quimera! Ou: eu gosto de patrulhar o Jabor porque ele fica bravo!

Viram só? Fiz um plágio de Augusto dos Anjos, hehe…

A imagem acima está na primeira página de hoje da Folha de Londrina. Mostra um cinema gigantesco — que eu saiba, não existem mais salas assim em São Paulo — ocupado por meia-dúzia de pessoas de boa vontade. Nome do filme: “Lula, O Filho do Brasil“. Coloque uma banca da rua e prometa injeção no olho de graça. Vai juntar mais gente.

Foi posta a serviço desse filme a mais gigantesca máquina de propaganda jamais havida no Brasil. E nada consegue tirá-lo do buraco. Eu ainda não vi. Mas estou quase lá. Depois eu conto como é que é e tento explicar as razões da flopada.

Mandam-me aqui o link do comentário de Arnaldo Jabor na CBN rasgando elogios ao filme. Huuummm… Juro que farei uma avaliação técnica também. Mas não preciso ver a fita para saber que a crônica de Jabor está equivocada. Ele começa elogiando o produtor Luiz Carlos Barreto. Sem Barretão, diz o cinema brasileiro já teria virado pó há muito tempo. Jura, Jabor? Pois é. Então ele já merecia ser criticado por isso, hehe.

A crítica de Jabor é corporativa e faz uma coisa que detesto: ele evoca a sua autoridade de avaliador isento — já que comprometidos e ideológicos são os outros, claro!, aqueles que discordam dele. Pode haver simplismo argumentativo mais facinho? E o que prova a sua independência? Ele se diz um crítico freqüente do governo Lula, e isso tornaria o seu juízo sobre o filme acima das suspeitas que pesam sobre aqueles que não gostaram da obra. Ok. Não se deve cobrar lógica de Jabor.

Na seqüência, recorre a um outro vício de pensamento típico do século passado: ataca a esquerda bolchevista e a direita reacionária e procura sair por cima. Trata-se de um dos mais manjados truques do debate: chame aqueles que discordam de você de “extremistas” e ocupe o centro, o lugar do bom senso. Covenham: isso dá uma preguiiiça!!!

Na ânsia de elogiar, Jabor chega a dizer que Glória Pires é uma das nossas mais destacadas atrizes de TV, cinema e teatro. A moça nunca pisou num palco. É conhecida a sua firme determinação de… não fazer teatro. Segundo Jabor, a pirataria estaria prejudicando o filme. É mentira! Uma mentira de fato e uma mentira conceitual. Mentira de fato: nem os camelôs se interessaram pelo dito-cujo porque não há demanda. Jabor precisa botar o pé na rua. Mentira conceitual: pirataria, por incrível que pareça, prejudica pouco o desempenho de filmes que caem no gosto do público. O filme mais pirateado da história do cinema nacional é Tropa de Elite. Foi um estouro de bilheteria. Intuo que a pirataria alavancou os cinemas. É dos poucos filmes que me fariam lamentar se o cinema brasileiro tivesse virado pó. Avatar já inundou as cidades. Fui ver no sábado (depois falo a respeito). O cinema estava fervendo.

Barretão já tentou de tudo: sindicatos, centrais sindicais, distribuição gratuita de ingressos, anúncios da TV exaltando Lula, anúncios da TV com Glória Pires exaltando Dona Lindu, merchandising em novela… Agora, há o testemunho de profissionais do ramo, como Jabor, que tem a “autoridade” de ser crítico do governo Lula. Esgotadas as chances de fazer a coisa dar certo com os puxa-sacos de hábito, o negócio é apelar a quem tem fama, que sempre achei injustificada, de opositor.

Sobre o fato de o filme ter sido concebido como peça de propaganda eleitoral, com a coordenação comprovada do ministro de Comunicação Social, Franklin Martins, e o financiamento de empresas com interesses no governo, Jabor não diz uma vírgula. Aliás, diz, sim: acha que a referência às empresas que bancaram a obra é sinal de atraso mental ou sei lá o quê. Seria, sim, se a grana para os cineastas, sem a Lei Rouanet, brotasse fácil. Mas não brota. Que eu saiba, o próprio Jabor decidiu voltar a filmar. Está nadando na bufunfa, como Barretão?

ATENÇÃO!
Jabor pode gostar do filme à vontade. Não é proibido. Mas tem de dizer por quê, além daquela cascata de que os atores, a iluminação, o figurino etc são bons. Há verdadeiras porcarias que exibem excelente técnica. Sem essa! Escreva aí, Jabor: por que o filme é bom?

Esse negócio de desqualificar os críticos de “esquerda e de direita”, transformando, então, o suposto centro num juízo certo de nascença é picaretagem argumentativa. Reivindicar o centro não dá razão a ninguém.

Aquela sessão de Londrina é do último domingo à tarde, um bom horário para os cinemas, no Cine Com Tour.

Ah, sim: eu gosto de patrulhar o Jabor porque sei que ele fica bravo, rá, rá, rá.

08
dez
09

Lula, o sagrado, e Dilma, a demasiadamente humana

Por Reinaldo Azevedo(VejaOnline)

“Não vai falar sobre a popularidade de Lula e de seu governo?” Ora, claro que vou.

Em relação a setembro, cresceu de 69% para 72% o índice dos que consideram o governo ótimo ou bom, e caiu de 9% para 6% os que o avaliam como ruim ou péssimo. Dizem que ele é regular 21% (em setembro, 22%). Há três meses, 81% aprovavam a maneira como Lula governa; agora, esse número é de 83%. A desaprovação recuou de 17% para 14%.

São números que enchem os petistas de esperanças. A aposta é que todo esse prestígio, ou pelo menos uma grande parte, será transferido para Dilma. Isso é possível? Vamos ver.

E quando “Lula, O Filho do Brasil” chegar às massas? O presidente alcançará 130% de popularidade, seduzindo, de antemão, gerações futuras? É possível, né? Talvez seja o caso de se especular se a mitificação do presidente e sua quase santificação em vida não concorrem para tornar ainda mais apagada a figura de Dilma. Quanto mais ele avança no território do sagrado, mais demasiadamente humana ela pode se mostrar. E talvez isso não seja assim tão bom para os petistas:
a – se dizem que ela é ele, ninguém acredita;
b – se dizem que ela é diferente dele, os fiéis, então, ficam insatisfeitos.

27
nov
09

Lula, o melhor e o pior

Por Reinaldo Azevedo:

Lula está em Manaus e disse, surpresa!, que vai continuar na política depois de 2010, mas que, como ex-presidente, vai ficar calado. Veremos! Caso se eleja um presidente da atual oposição, ele não precisará descer a língua no eleito: basta botar seu partido para torrar a paciência do governo, a exemplo do que a legenda faz desde que existe. Esse papo só engana trouxa.

Negou que vá ser candidato em 2014? Disse que Dilma tem o direito de tentar a reeleição — ué, ela já ganhou? —, mas que tudo depende de Deus e da saúde. Em síntese: vai! A única possibilidade de isso não acontecer é a petista ser eleita em 2010 e fazer um governo com grande aprovaçâo.

E mandou ver pela enésima vez:
“Quem vier encontrará um Brasil infinitamente melhor do que o que eu encontrei. E terá que fazer muito mais do que o que eu fiz, e o que vier depois, mais ainda, para que o Brasil se transforme em uma economia muito forte nos próximos dez anos”.

Sarney, imaginem vocês!, deixou um país melhor do que encontrou — caminhou-se da ditadura para a democracia. Até Fernando Collor, com o seu destrambelhamento, deixou um país melhor do que encontrou: devemos a ele, por vias tortas, o melhor teste que a democracia brasileira já fez e, justiça seja feita, o debate inicial sobre a necessidade de abrir a economia. FHC deixou um Brasil absurdamente melhor do que encontrou porque foi o presidente que recolocou o Brasil no mundo — tínhamos virado uma taba. E agora Lula: na economia, circunstâncias e escolhas concorrem, com efeito, para que ele deixe um país melhor do que encontrou. Institucionalmente, no entanto, está muitíssimo pior!

“Ih, Reinaldo, como falar isso? Ele tem quase 80% de popularidade”. Estou me lixando pra isso. Temos hoje um Congresso pior e mais viciado, um Judiciário tristemente politizado, um estado mais aparelhado, um ambiente político mais intolerante, uma diplomacia deplorável e práticas acintosas, e impunes!, de desrespeito à ordem legal.

Nada disso é melhor! Tudo isso é pior!

17
nov
09

LULA, O HOMEM DA MIMESE ARISTOTÉLICA

terça-feira, 17 de novembro de 2009 | 5:13

Não vi a tal entrevista de Lula na Rede TV, que rendeu dois pontos no Ibope na Grande São Paulo, segundo informou ontem Lauro Jardim. Integrava o grupo dos 98 que estava vendo outra coisa ou estava com a TV desligada. Pânico na TV, que veio em seguida, bateu nos 10 pontos. Não vi também. Segundo me contam, Sabrina Sato foi à Uniban de minivestido, e a moçada, no fim, parece não ter gostado muito… Entendo. Um leitor me manda o trecho da entrevista em que Lula chora ao falar da morte da primeira mulher, que estava grávida.

Vocês sabem certamente o que é a sensação do déjà-vu, não? Trata-se de uma maluquice qualquer do cérebro, ainda não devidamente explicada, que nos informa que uma coisa qualquer já aconteceu, que já tivemos aquela experiência; é como se a gente se lembrasse do que não houve — parece coisa de Fernando Pessoa de pileque, hehe. Pois é.

Estaria eu diante do déjà vu? Não!!! Aquele mesmo texto, com variações, com outras lágrimas, foi dito pelo próprio Lula, também diante das câmeras, em 2002. Até algumas imagens de poesia dramática coincidem. A diferença — ou nem tanto — é que o interlocutor era Duda Mendonça. Não quero nem especular sobre a dor da morte da mulher e de um filho. Seria indecoroso! Como foi indecoroso, e escrevi isso em 2002, que Lula tivesse sido convocado a lembrar isso diante das câmeras para conquistar votos.

Mas, como Lula é Lula, na entrevista de agora, contou que conheceu Mariza três anos depois, também viúva, e fez com ela um pacto: no dia de Finados, nenhum dos dois iria ao cemitério. É realmente espantoso!!! Desta feita, ele só se dispensou de fazer uma crítica ao sistema de saúde, a exemplo de sete anos atrás. Tornou-se uma vítima um pouco mais sofisticada. No filme que comoveu Elio Gaspari — e, segundo ele, comoverá as platéias e deixará as oposições chateadas —, a história será recontada milhares de vezes para milhões.

Ô, Gerald Thomas! Volte logo com seu blog para que possa escrever sobre processos de construção de personagem; como é que os atores são convidados, em abordagens digamos, convencionais, a recorrer à memória afetiva para compor os seus papéis.

Uma dor vivida diante das câmeras, com um propósito, nunca é uma dor genuína, mas processo de representação crível da realidade. Estamos diante da mimese aristotélica. E notem: não é assim só porque eu quero; porque decidi resistir a Lula. É assim porque assim são as coisas. Na concepção dramática aristotélica, uma situação precisa ser crível, ainda que não verdadeira. O falso, muitas vezes, convence mais do que a verdade. Não! Não me tomem por bruto! Não estou dizendo que o choro de Lula era mentiroso em 2002 ou em 2009. Ele realmente chorou. Lula é uma personagem, assim, aristotélica…

Na tal entrevista, o presidente especulou, conforme se noticiou, que o mensalão foi uma conspiração da oposição para dar um golpe no seu governo. Ah… Lula e sua memória afetiva merecem mesmo um tratado psiquiátrico. O mais formidável disso tudo é que o Duda Mendonça de 2002, que gravava as suas lágrimas para exibir a milhões de pessoas, era aquele publicitário que iria receber — ou já tinha recebido, não sei — alguns milhões de dólares no exterior como pagamento pela campanha eleitoral. Era parte do dinheiro arrecadado ilegalmente pelo partido. Antes mesmo de chegar ao poder. Mas, como vocês sabem, o mensalão não passou de um golpe… das oposições!!!

Entenderam como as coisas se compuseram? O publicitário que criava a personagem que recorria à memória afetiva para falsificar, segundo as exigências da mimese, uma ocorrência verdadeira seria parte da lambança ética do petismo, que Lula nega ter existido sete anos depois — não só isso: atribui tudo a uma conspiração dos adversários.

É… É uma pena que a popularidade de Lula não seja de 99%. Eu me sentiria ainda melhor em fazer parte de um miserável 1% que pudesse gritar: “Quem não conhece Aristóteles que te compre!”

Aí o Petralha rombudo diz: “O povo não conhece Aristóteles, rá, rá, rá”. Eles sempre dizem “rá, rá, rá”! Pois é… É por isso que compra gato por lebre e Lula por Lula.

24
set
09

Jornal da Band pergunta se Lula quer dividir o país

Do Jornal da BAND:

O governo cedeu à pressão do MST e mudou os índices de produção rural para desapropriar terras. Com isso, o agricultor brasileiro terá que aumentar ainda mais a produtividade para não perder a terra.

Editorial do jornal

A afronta ao trabalho não poderia ser maior. E vem exatamente daquele que deveria ser o primeiro a garantir a segurança e tranquilidade de quem cumpre seu dever.

O presidente Lula está agredindo não só os produtores rurais, mas a Nação como um todo quando apoia tal portaria que aumenta os índices de produtividade como critério para desapropriar terras.

Não age como presidente, mas como líder de um bando de militantes que muitas vezes atuam como criminosos.

Se Lula e seu MST levarem à frente essa bandeira insensata estarão abrindo uma guerra no campo, que poderá se transformar em tragédia.

É inconsciência?

Ingnorância?

Covardia?

Ou uma ação premeditada do presidente para dividir o país?




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